Reflexões e Considerações

17 abr 2018 Notícias

Reflexões há 10 anos.

Nos dias atuais o Brasil , que após regime militar de mais de 30 anos, vive explosão de ideologias que muitas vezes interfere na realidade dos fatos e até mesmo nas leis constitucionais, onde a invasão de setores de pesquisa com destruição de anos a fio de trabalho cientifico é execrado e inutilizado por bando de lunáticos, ou quando o congresso é invadido e forma-se quebra-quebra sem ter repercussões aos culpados, e outros casos mais interessantes onde políticos fazem e desfazem do erário público.

Analogicamente a medicina também vem sofrendo interferências ideológicas onde moléstias outrora constitucionais ao ser humano, de um momento para outro virou um enxurrada de patologias profissionais, apoiadas por estes mesmos legisladores e sindicalistas, sendo-as denominadas muitas vezes de forma errônea, como hérnia discal ao invés de espondilodisco-artrose, o que permite as pessoas não conhecedoras do fato não entender que nem toda espondilodisco-artrose é profissional. DORT/LER lesões por esforços repetitivos (a maioria das pessoas que falam em movimentos repetitivos não sabem do que se trata), confunde o mesmo movimento repetido a cada 30 segundo com os diversos movimentos existentes no dia –a dia..

Vivemos, assim, dois momentos interessantes, o primeiro quando na faculdade de medicina somos ensinados a acreditar nos sintomas e sinais dos pacientes, quando perguntamos: Aonde dói? Como é a dor, tipo cólica ou pontada? Quando começou? Enfim tudo que nos é relatado entendemos como verdade.

Contudo, nos dias atuais, vemos uma calamidade de inverdades, onde pessoas forjam sinais e sintomas, muitas vezes orientadas por entidades escusas, com fundo totalmente ideológico em detrimento da ciência. Tais fatos me entristece, pois como perito judicial ou mesmo assistencial vi e ouvi tantas inverdades ditas pelos senhores representantes do direito, que me fez acreditar que os ensinamentos das faculdades de direito falam diametralmente oposto ao da medicina quanto a crença na verdade.

Certa vez um funcionário contou que cortou o dedo mínimo da mão esquerda para receber indenização a fim de terminar uma laje que construía; outro traumatizou o dedo mínimo da mão direita; apoiado por outro funcionário para ter suas garantias acidentárias segundo a Lei 8213/91 art 118..

O tempo em que Olavo Bilac dizia que o trabalho enobrece o homem, já não existe, hoje permanece a cesta básica, auxilio família que nada mais é do que a compra de voto legalizada, auxilio desemprego de 5 meses, auxilio doença, auxilio acidente (mesmo forjado), auxilio beneficio acidentário de 50%, ou seja, são tantos, que esqueceram do principal, que o trabalho enobrece o homem e que se assim continuarmos os nossos netos pagarão um preço alto para este Brasil vindouro.

Sem trabalho não há honradez, não há verdade, como dizia Bilac “…se hoje sou venturoso devo ao trabalho…”.

Como pode uma pessoa trabalhar trinta anos na mesma empresa, criar seus filhos, construir sua casa, etc, e durante anos não apresentar acidente de trabalho, porem ao sair da mesma empresa, encontra o DR. CAUSÍDICO que descobre que os ex-funcionários, hoje aposentado, é portador de artrose lombar com protrusão de disco, e acha que através daqueles diagnósticos ideológicos pode obter lucro onerando os órgãos governamentais e as empresas geradoras de empregos e de vidas honradas pelo trabalho.

Ora, estes Senhores também deveria colocar como doença profissional ideológica os cabelos brancos, as calvícies, as rugas, o diabetes, a hipertensão arterial, ou seja o envelhecimento do funcionário, exigindo que a empresa geradora devolvesse ao ex-funcionário hoje aposentado, a idade de 18 anos quando lá entrou.

Senhores,o mundo está ficando pequeno, e as empresas que se sentirem extremamente oneradas buscará outros países com leis mais amenas e isto já esta acontecendo, muitas estão sendo levadas para México, China, África do Sul, etc.
Se escrevo isto, é por revolta e vergonha de viver num país que trabalho deixou de ser nobre, existindo moléstia profissional criadas ideologicamente que no meu entender não beneficiará o país, mas somente alguns interessados.

Em um artigo li:

“Segundo a Associação Americana de Psiquiatria (1986) o termo Neurose de Compensação designa indivíduos com dor crônica relacionada ao trabalho, mas o sofrimento apresentado parece exagerado face à lesão discernível ou tem duração maior que a esperada.”

Em quase todos os casos, há demanda por compensação financeira.
O perfil psicossocial dos pacientes com dores crônicas é relativamente típico: operários que trabalham duramente a fim de prover a família do melhor, cidadãos sólidos, membros dos sindicatos, patriotas, religiosos: homens de família, enfim…

Acontece então o “acidente” do qual resulta uma “lesão”, que gera uma dor incapacitante que impede o indivíduo de sustentar a família da forma que vinha fazendo. Ele passa a juntar-se ao grupo de pessoas inválidas e como tal permanece, apesar dos esforços médicos e dos cuidados de reabilitação.

Num dado momento, esgotam-se a tolerância da família e do seguro social. Neste ponto, surge em cena um advogado ou procurador e, conforme o vulto da compensação, outros profissionais.

A dor nesses pacientes tem um significado simbólico e expressa toda a soma de frustrações que o enfermo sofreu, as horas de “trabalho árduo”, as férias não gozadas, os sacrifícios feitos… Receber uma compensação é o único prêmio para tanto sofrimento.

O tratamento desses casos é, por isso, notoriamente difícil e torna-se impossível se o problema legal não for resolvido. A solução favorável desperta, inicialmente, no paciente um estado de euforia, invariavelmente seguido de depressão. A investigação aprofundada da depressão traz à tona uma longa história de insatisfação em vários aspectos da vida: casamento, profissão ou qualquer outra situação de maior importância.
Como em portadores de fibromialgia, o tratamento desses pacientes requer uso de antidepressivos e psicoterapia.”

Dr. Nelson Pereira Filho, Outubro de 2007

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